Após estudos, foi confirmado que a lesão mais comum em corredores é a dor femoropatelar. Por conta disso, foi realizada uma avaliação direcionada para as variáveis biomecânicas que podem ser causadoras ou tem relação direta com essa lesão.
Através desse objetivo, foram analisadas 3 evidências: alta, moderada e limitada. As evidências altas, por exemplo, são aquelas que tem ótimos estudos de alta qualidade.
O aspecto que tem a evidência limitada, ou seja, tem pouco estudo apresentando, é o pico de flexão do quadril.
Durante a corrida, o quadril está em flexão na fase de apoio no contato inicial, durante o pré-balanço é gerada a extensão, e durante o voo uma nova flexão é gerada. Esse pico de flexão do quadril, que é quando o paciente vai alcançar o chão à frente, tem associação com a dor femoropatelar.
Quanto mais alta esta flexão tentando buscar o chão à frente, sem fazer uma passada que seja abaixo do centro de massa e impulsionando o chão para trás, maior a relação com a dor femoropatelar.
Já a evidência moderada traz uma consistência que possibilita começar a associar com a a prática de uma forma um pouco mais segura.
Com a evidência moderada temos o pico de adução do quadril. Lembrando que adução e abdução são movimentos do plano coronal, ou seja, o plano frontal. Esses movimentos de adução e abdução podem ter relação, conforme apresentado no estudo, com a dor femoropatelar.
Desse modo, as pessoas que caminham com o quadril aduzido tendem a apresentar dor femoropatelar. Além disso, também deve-se observar a rotação interna do quadril. Mas essa é uma das variáveis que não é possível identificar sem o uso de equipamentos.
Dentro das evidências moderadas para a relação com a dor femoropatelar também está a
elevação da pelve durante a fase de apoio. A elevação da pelve é o que chamamos, na área da corrida normalmente, de drop pélvico contralateral. Isso acontece quando a pessoa pisa com a perna esquerda e a pelve à direita desaba.
Temos evidências limitadas e moderadas apontando para questões no quadril, porém a evidência mais alta relacionada à dor no joelho está no pé.
Desse modo, o aspecto com evidência mais alta que temos é o pico de eversão do tornozelo durante a corrida. Esse ângulo normalmente é medido com modelos tridimensionais de pé. São modelos que o sistema de análise biomecânica disponibilizam para este tipo de medição.
Portanto, o pico de eversão do tornozelo possui uma relação muito forte com a dor femoropatelar.