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Atualmente, é cada vez mais aceito que treinamento do tipo pliométrico é benéfico para o desenvolvimento de força explosiva. Como consequência, ao longo das últimas décadas, a pliometria tornou-se uma forma de treinamento amplamente comum, utilizado, por exemplo, por atletas que buscam melhorar sua força muscular e capacidade de saltar (JIDOVTSEFF et al., 2014).

Sabe-se que diferentes pessoas realizando o mesmo movimento podem fazer uso de diversas combinações musculares como agonistas (CANTERGI, 2011) No caso dos saltos verticais, sua realização com estratégias distintas, irá resultar em padrões e resultados neuromusculares muito diferentes, o que vai alterar de forma importante os resultados de testes cinemáticos e cinéticos dos respectivos exercícios (JIDOVTSEFF et al., 2014).

Imagine um Counter Movement Jump (CMJ), ou salto com contra-movimento, onde envolve-se um pré-estiramento através de um abaixamento dinâmico do centro de massa até uma profundidade de contra-movimento auto-selecionada e movimento do braço livre (balanço do braço duplo para a frente), sem que haja movimento de oscilação nos pés antes da decolagem (MACKALA et al., 2013). Sabe-se que a força depende da massa e da aceleração do sistema (McGINNIS, 2015) ou seja, um aumento na massa, ou uma menor capacidade de produção de força iria impactar diretamente a eficiência do gesto, modificando parâmetros referentes à picos e taxas que sejam relacionadas à força.

No protocolo de avaliação do CMJ a capacidade de desenvolver resistência explosiva em cada fase do movimento é calculada pela relação entre a força desenvolvida ao longo de toda essa fase (seja ela concêntrica ou excêntrica), e o tempo necessário para desenvolvê-la. A esses parâmetros, dá-se o nome de taxa excêntrica de desenvolvimento de força e taxa concêntrica de desenvolvimento de força, respectivamente. Em ambos os casos, a relação quantidade de força x tempo indica o quão sensível é, cada uma dessas taxas, à variações na capacidade de produção de força, e do tempo para tal, o que os torna representativos da força explosiva. Quando comparado à mesma taxa em um salto sem contra-movimento, permite quantificar a efetividade desse “impulso”, mostrando o quanto ele está, ou não, sendo adequado às melhorias esperadas no salto com seu uso.

Dessa forma, as taxas de desenvolvimento de força trazem informações importantes para avaliação, por exemplo de atletas que necessitem realizar saltos em suas atividades, como no basquete, vôlei, atletismo… A interpretação correta do laudo permite que as intervenções sejam aplicadas de forma individualizada pra cada atleta e mais do que isso, para cada fase do movimento a ser desenvolvido, o que aumenta a efetividade de qualquer treinamento além de possibilitar um acompanhamento da evolução desse atleta ao longo do tempo.

 

Texto por: Me. Catiane Souza

Lattes: http://lattes.cnpq.br/2788554094463654

 

REFERÊNCIAS:

CANTERGI, D. Avaliação das forças musculares envolvidas no exercício de extensão do quadril e joelho do método Pilates. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011

JIDOVTSEFF, B., QUIEVRE, J., NIGEL, H., CRONIN, J.. Influence of jumping strategy on kinetic and kinematic variables. Journal of sports medicine and physical fitness, v. 54, p. 129-138, 2014.

MCGINNIS, Peter M. Biomecânica do esporte e do exercício-3. Artmed Editora, 2015.

MACKALA, K., STODÓLKA, J., SIEMIENSKI, A., COH, M.. Biomechanical analysis of squat jump and countermovement jump from varying starting positions. The Journal of Strength & Conditioning Research, v. 27, n. 10, p. 2650-2661, 2013.