Inicialmente, sempre vale relembrar que o COP, nada mais é do que um ponto no espaço plano, o qual representa o lugar onde se origina o vetor da força de reação do solo em um corpo, que pode ser medido, de diferentes formas, como por palmilhas, plataforma de pressão e plataforma de força. Se pensarmos em uma plataforma de força, com taxa de amostragem de 500 Hz (ou seja, 500 dados por segundo), teremos um ponto representando o COP a cada 0,002 segundos. A cada segundo, teremos 500 pontos, cada um representando o local onde estava a reação à força da gravidade naquele instante de tempo. Com informações de alguns segundos pode-se quantificar a oscilação do paciente, e com isso seu equilíbrio, enquanto ele “tenta” ficar parado (DUARTE; FREITAS 2010).
Ao avaliar a posição do COP ao longo do tempo, pode-se ter acesso à diversos parâmetros, por exemplo, com a posição de todos os pontos, se chega na distância percorrida, também conhecida como excursão total, e se essa for avaliada ao longo do tempo, pode-se encontrar a velocidade média. Deve-se ter claro que, quanto mais distante os pontos estiverem entre si, maior será a distância percorrida, e quanto maior a distância percorrida em um determinado tempo, maior será velocidade média e a oscilação desse corpo. Ou seja, pessoas com algum tipo de déficit de equilíbrio apresentarão valores maiores de excursão total e de velocidade média! Caso esse déficit de equilíbrio regrida, tais valores irão diminuir, consequentemente, serão maiores se o problema se agravar, seja em jovens (NORDIN, FRANKEL, 2003), idosos (ARAUJO et al., 2011), ou em situações patológicas (TASSEEL-PONCHE, 2015; TASSEEL-PONCHE, YELNIK, BONAN, 2015). Para ilustrar, nas imagens abaixo, se pode perceber que em um mesmo tempo de coleta (20 segundos), a distância percorrida na situação A foi 87,5 mm enquanto na situação B foi 117,3 mm, valor esse que, dividido pelo tempo de coleta, fornece a velocidade média: A 4,4 mm/s e B 5,9 mm/s (observe que a escala foi ajustada ao trajeto percorrido).
Diferente de outros parâmetros mais específicos, como a área da elipse (que pode ter variações sua figura – ficando mais ou menos longilínea – sem variar o valor total), a excursão total e a velocidade média do COP podem ser considerados valores mais “representativos”, visto que não exigem uma avaliação subjetiva para sua interpretação. A expressão da quantidade de deslocamento (distância percorrida), e de sua divisão pelo tempo total da coleta (velocidade média) indicam o quanto o paciente oscilou sobre a plataforma, permitindo uma comparação razoavelmente fácil com avaliações prévias e posteriores, visto que seus resultados são apresentados em m (ou mm) e m/s (ou mm/s). Desta forma, tais parâmetros são de grande valia nas avaliações profissionais que buscam acompanhar a evolução de uma patologia, ou de uma intervenção, sendo ótimas opções para constar nos laudos para outros profissionais e até mesmo para o paciente.
Texto por: Me. Catiane Souza
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2788554094463654
REFERÊNCIAS:
ARAUJO, T. B., SILVA, N. A., COSTA, J. N., PEREIRA, M. M., & SAFONS, M. P. Efeito da equoterapia no equilíbrio postural de idosos. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 15, n. 5, p. 414-9, 2011.
DUARTE, M., FREITAS S.M. Revisão sobre posturografia baseada em plataforma de força para avaliação do equilíbrio. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 14, n. 3, p. 183-192, 2010.
LANÇA, S. M., GAZZOLA, J. M., KASSE, C. A., BRANCO-BARREIRO, F. C. A., VAZ, D. P., & SCHARLACH, R. C. (2013). Equilíbrio corporal em idosos 12 meses após tratamento para VPPB. Braz. j. otorhinolaryngol.(Impr.), v. 79, n. 1, p. 39-46, 2013.
NORDIN, M. ,FRANKEL, V.H. Biomecânica básica do sistema músculo esquelético. Rio de Janeiro, 2003.
TASSEEL-PONCHE, S., YELNIK, A. P., BONAN, I. V. Motor strategies of postural control after hemispheric stroke. Neurophysiologie Clinique. Clinical Neurophysiology,v. 45, n. 4, p. 327-333, 2015.