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Foot progression, ou foot progression angle pode ser traduzido literalmente como “ângulo de progressão do pé”, o que na prática, refere-se ao o ângulo de rotação podálica durante a marcha, como pode ser verificado na figura abaixo. O foot progression angle está carregado de informações subjetivas, podendo ser relacionado a diferentes fatores: desde hiperativações musculares, desequilíbrio de forças entre rotadores, até rotações ósseas e sobrecarga articular.

 

Em recente estudo, Hudson (2016) avaliou o foot progression angle (ou rotação podálica dinâmica) em adultos saudáveis, encontrando relação entre maiores ângulos de foot progression com torções laterais da tíbia. A relação não foi encontrada com rotações femorais, sendo que, segundo o autor, as rotações femorais aparentemente são compensatórias às torções tibiais, concluindo que os adultos com ângulos de foot progression baixos e altos devem ser suspeitos de ter ângulos de torção baixos ou altos correspondentes na tíbia.

O foot progression angle vem merecendo destaque também na relevância clínica: uma diminuição de 7º no ângulo do foot progression relacionou-se com menores índices de dor e menor pico de torque adutor de joelho em indivíduos com osteoartrite de joelho, sendo que essa melhora se manteve um mês após o término da intervenção (Shull et al., 2013)! Tais melhoras, aparentemente podem ser relacionadas com uma melhor distribuição da carga na articulação do joelho.
O foot progression é avaliado a partir da baropodometria, e idealmente deve ser verificado em todas as idades, desde idosos, visto que permite acompanhar alterações típicas do envelhecimento, até crianças, uma vez que a literatura não é conclusiva ao apontar quando as rotações ósseas comuns na infância, são suscetíveis de permear no decorrer da vida, nem mesmo a partir de quando há risco de adotar mecanismos permanentes de rotação compensatória (Hudson, 2016). Entender e acompanhar a evolução desse parâmetro é de extrema importância para um trabalho efetivo e de qualidade em diferentes áreas: fisioterapia, educação física, dança, medicina – ortopédica, traumatológica, pediátrica…

Texto por: Me. Catiane Souza

Lattes: http://lattes.cnpq.br/2788554094463654

REFERÊNCIAS:

HUDSON, D. The rotational profile: A study of lower limb axial torsion, hip rotation, and the foot progression angle in healthy adults. Gait & Posture, v. 49, p. 426-430, 2016.

FABECK L, TOLLEY M, ROOZE M, BURNY F. Theoretical study of the decrease in the femoral neck anteversion during growth. Cells Tissues Organs,v. 171, p. 269-75 2002.

SHULL, P.B.; SILDER, A.; SHULTZ, R.; DRAGOO, J.L.; BESIER, T.F.; DELP, S.L.; CUTKOSKY, M.R. Six‐week gait retraining program reduces knee adduction moment, reduces pain, and improves function for individuals with medial compartment knee osteoarthritis. Journal of Orthopaedic Research, v. 31, n. 7, p. 1020-1025, 2013.