O Biomecanicista explica que os recrutamentos musculares são definidos através de como a força de reação do solo age no nosso corpo enquanto corremos. Ele exemplifica isso com uma demonstração, na qual a força de reação do solo age atrás do tornozelo, à frente do joelho e à frente do quadril, no entanto, quando o atleta estender o joelho, vai ocorrer uma mudança.
Quando nós estamos com o joelho muito estendido durante o contato inicial, a força de reação do solo vai agir mais à frente. Dessa forma, teremos outra tendência de movimento, chamada de tendência de extensão do joelho, sendo gerada pela força de reação do solo.
Se antes eram os extensores de joelho que agiam para contrapor este movimento, agora quem irá agir para contrapor esse movimento de extensão serão os músculos flexores. Isso vai gerar um momento interno no corpo, durante o contato inicial, no sentido da flexão do joelho.
Porém, segundo Guilherme, os músculos isquiotibiais, por exemplo, não são considerados bons amortecedores de impacto, pois a nossa evolução não os desenvolveu para isso.
Sendo assim, o simples fato de a força de reação do solo apontar para outro sentido, muda o tipo e o padrão de recrutamento muscular que vai estar acontecendo no nosso corpo e isso não é culpa do atleta, mas sim da força de reação do solo, que estará agindo anteriormente ao sentido do joelho, invertendo os momentos gerados, e ao mesmo tempo alterando o padrão de recrutamento muscular.
Além disso, essa mudança irá gerar uma série de consequências, uma vez que os nossos grandes amortecedores de impactos não estão sendo recrutados adequadamente. No entanto, Isso não significa que eles não vão ser recrutados, mas haverá uma inversão de momentos, que causará uma série de repercussões dentro do nosso corpo.