A Fisioterapeuta, Mestre e Doutora em Ciências da Reabilitação, Luanda Collange, comenta que quando ela começou a trabalhar com estimulação com uso pediátrico muitas pessoas da área não concordavam com a adaptação de utilização de corrente elétrica para uso pediátrico.
Essa divergência acontecia devido a importância das questões desenvolvidas dentro do desenvolvimento infantil, mas também, principalmente, por uma questão de segurança.
Dessa forma, a grande dúvida das pessoas era em relação à segurança, pois elas acreditavam que não era viável colocar uma corrente elétrica na cabeça de uma criança. Por isso, foram realizados muitos estudos sobre o assunto.
Segundo a fisioterapeuta, o primeiro estudo foi referente a um relato de caso, o primeiro caso publicado no mundo, e se tratava da associação da estimulação ao treino de marcha.
O foco do estudo era que primeiramente se tivesse a certeza de que havia segurança para testar os efeitos adversos. Após, foram realizados todas as fases do estudo.
Ainda, a Doutora explica que hoje já está bem fundamentado que a utilização da corrente elétrica em crianças é segura quando aplicada por um profissional capacitado e com a utilização de um aparelho adequado.
Dessa forma, pode-se entender que os efeitos adversos da corrente elétrica, no contexto geral, podem envolver a sensação de formigamento, ardência e vermelhidão na pele. Além disso, quando não for bem aplicada pode ocasionar lesões de pele.
Outro assunto importante e que estava gerando dúvidas às pessoas, era em relação às crises convulsivas. Porém, os estudos provaram que a corrente em si não é capaz de causar uma crise convulsiva.
Segundo a fisioterapeuta, não se deve posicionar o eletrodo sobre os focos de crises convulsivas, pois como a corrente elétrica facilita a atividade cerebral, ela também pode acabar facilitando a atividade cerebral inapropriada, que é a crise.
Portanto, Luanda complementa que o primeiro foco do estudo realizado era comprovar a segurança, e isso foi comprovado, pois ela é uma corrente segura quando é bem aplicada e quando a avaliação é bem feita.
Sendo assim, não há riscos de causar uma crise convulsiva, no entanto isso é totalmente dependente de seguir os parâmetros. Por isso, é necessário ter um profissional capacitado e um aparelho de adequado.