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O Doutor e Biomecanicista Guilherme Brodt comenta sobre um estudo, no qual a corrida foi testada em diferentes superfícies. O estudo foi realizado em quatro solos diferentes, e a medição foi feita com EMG. Guilherme explica que neste caso, é muito importante ter uma eletromiografia sem fio para uso em ambientes diferentes.

Os ambientes utilizados foram a corrida no gramado, na pista de borracha e na pista dura, que é pista de concreto ou asfalto. Eles compararam esses 3 ambientes outdoor com a corrida em esteira que é um ambiente controlado.

Ainda, a amostra era extremamente uniforme, por isso foi realizada com pessoas que tinham o mesmo tamanho de pé, utilizavam o mesmo tênis, todas pisavam em retropé, além de uma série de outros padrões.

O objetivo deste estudo era saber como mudar o padrão de recrutamento muscular e foi possível entender que conforme aumenta-se a densidade da pista, por exemplo quando substituímos a corrida na grama para a corrida na borracha e após para a pista de concreto, aumenta-se o recrutamento da musculatura do reto femoral e do bíceps femoral.

O reto femoral é uma musculatura amortecedora muito importante durante a corrida, explica o Doutor Guilherme, por isso ela vai aumentando o seu recrutamento devido à necessidade de amortecer aquilo que o solo não amortece.

Isso gera um impacto maior e o sistema nervoso central do atleta tem que ser mais recrutado. Já o bíceps femoral tem a função de auxiliar propulsivo, dessa forma conforme há a troca do ambiente mais macio para o ambiente mais denso, aumenta-se a necessidade do recrutamento das musculaturas propulsoras de coxa. No entanto, nessa situação o tibial anterior e o gastrocnêmio não apresentam alterações importantes,

Segundo o Biomecanicista, as musculaturas do tornozelo não apresentam alterações importantes conforme a pessoa muda de ambiente para o solo. Porém, a corrida na esteira apresentou um recrutamento ainda menor do que a corrida na grama, na borracha e no concreto, tanto para a musculatura reto femoral quanto para o bíceps femoral durante a corrida. Em relação à perna, tibial anterior e gastrocnêmios, não tiveram alterações comparando esteira com ambiente outdoor.

Esse estudo mostra que quando o profissional tem pacientes ou atletas com lesões, dores ou processo regenerativos ainda não concluídos na altura da coxa, é interessante fazer uma progressão do ambiente, utilizando primeiro um ambiente controlado, a esteira, e posteriormente ir aumentando a densidade para o gramado, depois para pista de borracha, e por último a corrida de rua, no concreto ou asfalto.

É importante garantir que aquele corpo vai, de forma lenta, aumentando o recrutamento de determinadas musculaturas de coxa, isquiotibiais e quadríceps. Dessa forma, acontece uma cicatrização mais saudável, e isso é necessário, pois foi gerado uma progressão no local.

No entanto, Guilherme explica que Isso não se aplica para musculatura de perna, onde lesões ou dores de panturrilha e de canelite, parte anterior da perna, não tenham diferença no tipo de solo.

Para que o paciente tenha uma boa recuperação, e possa voltar a correr novamente em diferentes ambientes, a dica é investir mais no processo de reabilitação garantindo uma melhor cicatrização das lesões.