Conforme o Doutor e Biomecanicista Guilherme Brodt, pode-se destacar 4 atributos fundamentais para um bom condicionamento físico. Além disso, ele ainda comenta sobre testes importantes para identificar cada um deles.
Um dos atributos é a força. Primeiramente, é necessário se perguntar se há força em cada um dos músculos que necessitam dela durante a corrida. Dessa forma, para saber este aspecto pode ser realizado o teste Squat Jump, que é o salto agachado. O teste inicia em uma posição estática, após é realizado o salto. Ele tem a função de apresentar ao avaliador o quão capaz o atleta é de repercutir a sua força em um gesto funcional.
Guilherme ainda comenta sobre o segundo aspecto, que é a potência. A potência é o período de tempo utilizado para desempenhar a força, adicionando também o fator elástico. Na corrida, é importante que além de o atleta obter força, ele tenha um componente elástico muito eficiente, pois esse componente tem a função de gerar força em maiores velocidades, além de ajudar na questão econômica.
O bom desempenho elástico pode ser caracterizado pela economia de movimento, pois a contração elástica não desperdiça energia, pelo contrário, ela aproveita a energia potencial investida no sistema. O teste indicado para saber a potência é o Counter Movement Jump. Quando se trata de fases descendentes com o centro de massa, ou seja, as quedas, há uma dúvida em relação à devolução da potência. Dessa forma, o Doutor recomendou a realização do teste Drop Jump.
Ainda, ele explica que todos os testes são feitos com a mão na cintura, flexão de joelho e salto, porém sem impacto. É possível relacionar os testes de saltos com a corrida, pois na corrida há uma queda em cada passada. Portanto, é muito importante ter uma capacidade de controle de musculatura para oferecer essa potência também na fase descendente do centro de massa. Pode-se dizer que é necessário aproveitar o impacto para devolvê-lo em saltos.
Outro teste importante é o Drop Fall. Ele é considerado um pouco mais qualitativo, pois é um salto com queda. Guilherme exemplifica ele como um salto do caixote, com aterrissagem em uma perna só e após isso é feita a estabilização do corpo naquela perna, e posteriormente o retorno à posição ortostática. O teste é feito com uma perna de cada vez, e sua função é saber a capacidade de amortecimento adequado. No teste Drop Fall o objetivo não é saber o quanto é possível devolver do amortecimento em potência, mas sim saber se aquele organismo consegue, naquele membro inferior, desempenhar um amortecimento adequado sem os determinantes cinemáticos de lesão e de desempenho.