Quando o assunto é cinética, na biomecânica devemos entender que a cinética vai depender da nossa aceleração, do nosso peso, e de como nós entramos em contato do pé com o solo.
Sendo assim, a cinética depende muito da nossa posição e da nossa postura, explica o Professor e Biomecanicista Guilherme Brodt.
Segundo ele, enquanto nós estamos correndo, a força de reação do solo é uma resposta à nossa força no momento em que nós empurramos o solo. E essa força vai ser formada por três componentes, sendo um componente mediolateral, um anteroposterior (componentes horizontais) e um vertical.
Os componentes horizontais são resultado da força de atrito, pois se não houvesse esse componente horizontal não haveria tração e o nosso corpo iria escorregar, como no gelo por exemplo.
O componente vertical age em resposta a nossa força peso. Dessa forma, o resultado dessas duas forças é o que nós chamamos de força de reação do solo.
Em relação à interação entre essas forças, podemos dizer que há uma série de repercussões no nosso corpo. Por exemplo, uma força que começa no calcanhar, se propaga entre as articulações. Assim, nós teremos uma propagação dessas forças do corpo, que nós chamamos de bone to bone, ou seja, força osso a osso, ressalta o Biomecanicista.
Essa é uma força que se propaga entre segmentos rígidos e vai passando de segmento a segmento até chegar na nossa coluna, e até chegar no nosso crânio, ou seja, é possível medir essa relação da força de reação do solo, inclusive com o nosso crânio.
Essa força age pontualmente no nosso centro de força, no ponto de contato do calcanhar com o solo. Além disso, ela está sendo projetada no sentido contrário ao que a gente empurra o solo, e para cima, porque ela é no sentido contrário a nossa força peso.
Segundo o Professor Guilherme, a força de reação do solo vai gerar a necessidade do nosso corpo em reagir a esse efeito que está ocorrendo no nosso corpo.