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Uma grande preocupação para profissionais que trabalham com idosos é o alto risco de quedas nesse perfil de pacientes. Identificar o risco, e avaliar a efetividade do tratamento/prevenção realizada é essencial para profissionais de diferentes áreas. Uma opção com ótimo custo benefício para tal avaliação é o teste Timed Up and Go, conhecido como TUG, cujos resultados são considerados preditores para quedas (COSTA et al, 2012). O teste consiste em levantar de uma cadeira, (de aproximadamente 46 cm), caminhar até uma linha reta a 3 metros de distância (em um ritmo auto-selecionado, porém seguro), virar, caminhar de volta e sentar-se novamente. Quanto menor o tempo utilizado, melhor é o desempenho no teste.

Os Guidelines do National Institute of Clinical Evidence (RAWLINS, CULYER, 2004) indica a avaliação em 4 categorias:

1. Até 10 segundos – desempenho normal para adultos saudáveis. Baixo risco de quedas;
2. Entre 11 e 20 segundos – Normal para idosos frágeis ou com debilidade, mas que se mantêm independentes na maioria das atividades de vida diária. Baixo risco de quedas;
3. Entre 21 e 29 segundos – Avaliação funcional obrigatória. Indicado abordagem específica para a prevenção de queda. Risco de quedas moderado;
4. Maior ou igual a 30 segundos – Avaliação funcional obrigatória. Indicado abordagem específica para a prevenção de queda. Alto risco para quedas.

Porém, ainda que sejam valores normativos amplamente aceitos e que permitam avaliar a evolução do paciente, vale salientar que, para brasileiros, recomenda-se utilizar como valor de corte para risco de quedas 12,47 segundos, o qual parece ser um melhor preditivo nessa população (ALEXANDRE et al., 2012). Esse mesmo protocolo não é utilizado exclusivamente em idosos saudáveis, sendo indicado seu uso também para avaliar pacientes com diferentes patologias, como Diabetes (Ferreira et al., 2014) e Síndrome de Down (NICOLINI-PANISSON, 2012)…
Independente da condição do paciente, além dos valores referentes ao tempo no qual o teste foi realizado, outras informações importantes podem ser coletadas com a associação de um acelerômetro (G-Walk). Esse instrumento fornece dados quantitativos a respeito do ciclo da marcha e de suas fases, possibilitando dados mais completos referentes às necessidades de intervenção para cada paciente. Seu uso permitiria, por exemplo, diferenciar uma marcha festinada de uma marcha claudicante (mesmo que ambas realizem o teste no mesmo tempo!).

Texto por: Me. Catiane Souza

Lattes: http://lattes.cnpq.br/2788554094463654

REFERÊNCIAS:

ALEXANDRE, T.S., MEIRA, D.M., RICO, N.C., MIZUTA, S.K. Accuracy of Timed Up and Go Test for screening risk of falls among community-dwelling elderly. Rev. bras. fisioter., São Carlos , v. 16, n. 5, p. 381-388, Oct. 2012.

COSTA, A.G.S., OLIVEIRA, A.R.S, SOUSA, V.E.C., ARAÚJO, T.L., CARDOSO, M.V.L.M. L., SILVA, V.M. Instrumentos utilizados no brasil para avaliação da mobilidade física como fator preditor de quedas em adultos. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 10, n. 2, p. 401-407, 2012.

FERREIRA, M.C., TOZATTI, J., FACHIN, S.M., OLIVEIRA, P.P., SANTOS, R.F., SILVA, M.E.R. Redução da mobilidade funcional e da capacidade cognitiva no diabetes melito tipo 2. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 58, n. 9, p. 946-952, Dec. 2014 .

RAWLINS, M.D.; CULYER, A.J. National Institute for Clinical Excellence and its value judgments. Bmj, p. 224-227, 2004.

NICOLINI-PANISSON, R.D.A. Valores normativos para o teste Timed Up & Go em pediatria e validação para pacientes com Síndrome de Down. Dissertação de mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 2012.