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O uso da estabilometria se massifica a cada dia, por diferentes profissionais – médicos, fisioterapeutas, educadores físicos… – em diferentes contextos – da clínica à pesquisa. Essa popularização é facilmente entendida ao se considerar, que dentre outras vantagens, a literatura aponta que a maneira mais comum de se estudar o controle postural é através do comportamento (principalmente a oscilação) do corpo durante a postura ereta quieta (DUARTE e FREITAS, 2010).

Sabe-se que a distribuição homogênea da massa corporal sobre a área plantar fornece alinhamento adequado à pelve e, consequentemente, à coluna vertebral (NORKIN; LEVANGIE, 2001). A partir disso, alguns parâmetros de distribuição do COP são aceitos como normais, por exemplo, no que se refere à carga, ou distribuição da pressão  na direção ântero-posterior deve ter um comportamento aproximado de : 40% na porção anterior e 60% na posterior; por sua vez na direção látero-lateral essa distribuição de carga de ser em torno de50% em cada apoio. Alterações nessa proporção de distribuição de carga são comuns e podem ter as mais diversas causas: antropométricas, musculares, articulares, posturais, propioceptivas. Quando estas alterações não são corretamente identificadas e tratadas pode-se incidir em diversos tipos de lesões, bem como em uma piora no desemprenho de tarefas de vida diária ou em complexos gestos esportivos. …

Pode-se entender facilmente que a distribuição ântero-posterior seja afetada, por um encurtamento de ísquiotibiais, por uma antepulsão, pela gestação, por uma hiperlacidão ligamentar no joelho… Da mesma forma, a distribuição látero-lateral, usualmente chamada de médio-lateral, pode ser alterada por uma assimetria de membros (congênita ou não), por assumir uma postura de inclinação pélvica, por alterações propioceptivas geradas por lesão atual ou pregressa (como uma entorse de tornozelo), por uma contratura unilateral em glúteo médio…

Mesmo a título de exemplo, fica claro o quanto é importante que a avaliação seja interpretada por um profissional capacitado, que possa diferenciar as, inúmeras, possíveis causas de alterações nos parâmetros de distribuição do COP. Mais do que isso, é necessário saber distinguir casos onde se apliquem as disfunções mais facilmente dedutíveis, como as supracitadas, de casos onde essas alterações sejam provenientes de motivos menos óbvios, como nas avaliações de Rigueto (2005), onde os picos de pressões podais foram alterados por alterações no posicionamento da articulação têmporo-mandibular (ATM) e nos músculos mastigatórios, relacionados ao bruxismo do sono!

Vale ressaltar mais uma vez, tão importante quanto ter um instrumento (plataforma de força, baropodômetro) de qualidade – e isso é imprescindível! – é essencial que esse seja utilizado por um profissional competente e atualizado.

 

Texto por: Me. Catiane Souza

Lattes: http://lattes.cnpq.br/2788554094463654

 

REFERÊNCIAS:

DUARTE, M., FREITAS S.M. Revisão sobre posturografia baseada em plataforma de força para avaliação do equilíbrio. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 14, n. 3, p. 183-192, 2010.

NORKIN, C.C., LEVANGIE, P.K. Articulações, estrutura e função: uma abordagem prática e abrangente. 2ª ed. São Paulo: Revinter; 2001

RIGUETO, Rogério Rodrigues. Dissertação (mestrado) – Universidade do Vale do Paraíba, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, São José dos Campos, 2005.