Ainda que não se tenha essa tecnologia disponível em todos os serviços de formação, é fundamental que qualquer residente de ortopedia ou de ortopedia pediátrica tenha acesso a isso, ressaltou Carolina.
Segundo ela, ter essa tecnologia pode facilitar muito o entendimento dos tratamentos dos pacientes, além de auxiliar na compreensão das patologias que chegam no consultório.
Às vezes, ler a parte teórica pode até fazer com que o profissional consiga realizar a técnica recomendada, no entanto, muitas vezes o resultado funcional da cirurgia, tratamento ou terapia não será o esperado.
A ortopedista explica que muitas vezes, por não ter os dados obtidos com as tecnologias, o profissional acaba fazendo muito mais do que precisa, ou acaba corrigindo coisas que talvez não tenham tanta repercussão na marcha, principalmente nos casos de crianças com paralisia cerebral.
Ela conta que, para ela, como profissional, as tecnologias biomecânicas ajudaram muito na sua rotina de trabalho, além de facilitarem o seu entendimento referente às determinadas patologia tratadas no consultório, aumentando a sua confiança em relação ao que escolher para cada paciente.
A biomecânica não entra só como questão de avaliação, pois ela também faz parte da compreensão do fenômeno. Por exemplo, a análise de marcha é uma ferramenta que nos traz o diagnóstico.
Carolina conta que é muito comum receber no laboratório crianças que chegam com um determinado diagnóstico, porém fazem o exame da marcha e após a análise entende-se que talvez o tratamento dela seja outro, e não o diagnóstico que se tinha antes. Dessa forma, é necessário mudar todo o entendimento e opção terapêutica.
Ainda, o exame da marcha não é só para quem tem paralisia cerebral, ou problemas para caminhar, ressaltou a Ortopedista. Às vezes, a análise da marcha define um diagnóstico, altera o tipo de terapia ou define que o melhor a fazer é apenas trocar o tipo da órtese. Assim, pode-se poupar o paciente de muitas intervenções que não seriam relevantes.