Segundo o Doutor e Biomecanicista Guilherme Brodt, dentro da biomecânica da corrida podemos destacar quinze determinantes principais. Alguns deles podem ser observados, outros, entretanto, só é possível saber medindo. Os principais determinantes são os espaços temporais, a cadência, o comprimento do passo e as questões de propulsão. Após destacar estes determinantes, podemos observar quais são as questões cinemáticas.
Por exemplo, existe a movimentação do centro de massa, a movimentação da pelve e o alinhamento do quadril. Em relação ao alinhamento do quadril, pode-se observar se ele está com rotação interna ou rotação externa. Além disso, a pelve pode estar em elevação ou retroversão, além do giro da pelve durante a corrida, que pode ser muito exagerado ou pode apresentar pouco giro e pouca mobilidade pélvica durante a corrida.
A pelve é um dos segmentos que representa o maior número de grupos musculares e de mecanismos, simultaneamente. Portanto, é importante observar a cinemática da pelve com precisão, além de uma série de outras informações relevantes.
A inclinação da pelve tem a função de transmitir informações das musculaturas estabilizadoras, ou seja, é ela quem vai informar se o atleta tem uma mobilidade adequada para gerar cada ciclo de passada. Ela é responsável também por informar sobre o movimento de membros superiores, ângulos de ataques da tíbia, a flexão do tronco durante a corrida, tipo de movimentação do pé e o tipo de pisada. Além desses diversos fatores, o Doutor Guilherme ainda destaca o varo e o valgo dinâmico, que é o posicionamento do joelho, e o crossover que é a pisada cruzada.
Esses são considerados alguns dos atributos que devem ser observados durante a corrida, com o intuito de identificar possíveis déficits musculares ou, ainda, questões que aumentam a probabilidade de lesões.
Esses determinantes, questões técnicas da corrida quantitativa ou qualitativa, influenciam o desempenho do atleta pois, se não há a realização da corrida na sua estratégia econômica, pode ocorrer um gasto maior de energia. Além disso, essas questões de desempenho podem causar alterações no tempo de duração da corrida, pois algum fator técnico estará afetado.
Segundo Guilherme, uma informação importante é não tentar mudar padrões em corridas que não apresentam problemas. Dessa forma, o primeiro passo a ser tomado é identificar se há algum problema, para após tentar encontrar a solução. A exceção para essas alterações é quando se trata de alguém com altíssimo nível, que tenha como objetivo principal a melhoria de aspectos pontuais para buscar um rendimento diferenciado.