Se tornar econômico durante a corrida é fundamental para ter um bom desempenho a longo prazo.
O tempo de contato e a ativação dos mecanismos elásticos são considerados fatores que influenciam na economia de energia.
Dessa forma, quando o corredor fica abaixo de 0,26 segundos de tempo de contato, diz-se que os mecanismos elásticos da musculatura propulsora e amortecedora estão sendo otimizados durante a corrida.
O que são os mecanismos elásticos?
Os mecanismos elásticos são aqueles mecanismos que não consomem energia dentro do músculo para produzir a contração muscular. Os músculos possuem estratégias estruturais que garantem que não seja necessário gastar energia para produzir uma contração. Isto vem da evolução humana.
Estes mecanismos elásticos são, por exemplo, os tendões, as proteínas não contráteis (que temos dentro do próprio músculo), e a fáscia muscular.
Todos esses elementos conjuntivos que envolvem o músculo têm um comportamento semelhante a um elástico. Mas, como estamos falando de corpo humano, e não de uma borracha, eles têm uma pequena desvantagem quando comparamos com um elástico comum.
Ao puxar um elástico, podemos ficar com ele estirado por quanto tempo quisermos, pois ao soltá-lo ele irá devolver esse alongamento em contração. Já o músculo, como é uma estrutura biológica, e não uma estrutura mecânica, acontece algo diferente. Quando o músculo é alongado e permanece assim por muito tempo, o líquido presente no músculo acaba se acomodando. Ele perde elasticidade e ganha complacência.
Este é um comportamento que chamamos de viscoso e elástico. Nosso músculo possui estes dois comportamentos simultaneamente.
Ou seja, quando o músculo fica muito tempo alongado, pisando no chão por um período maior que 0,26s, o corredor irá perder essa capacidade elástica e o músculo não irá devolver elasticidade passivamente. Assim, será preciso usar os elementos ativos, que são os músculos propriamente ditos.
Estes elementos ativos, por sua vez, irão gastar energia. Desse modo, o corredor se tornará menos econômico. A grosso modo, ao invés de gastar 100 calorias para percorrer um determinado número de quilômetros, o corredor gastará 120 calorias para percorrer o mesmo trajeto.
Assim, o consumo energético não estará sendo otimizado. Lembrando que são determinantes tanto de desempenho quanto de lesão. Tornar o atleta econômico durante a corrida será fundamental para obter um desempenho satisfatório a longo prazo, seja em longas ou curtas distâncias.