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A tecnologia aplicada à reabilitação neurológica tem avançado de forma impressionante. Entre as ferramentas mais promissoras, o Biofeedback vem ganhando espaço como uma solução eficiente e inovadora.

Mas afinal, é possível aplicar o Biofeedback em pacientes neurológicos? A resposta é sim! Essa tecnologia está mudando a maneira de avaliar e acompanhar pessoas com distúrbios motores, como na Paralisia Cerebral Espástica.

A Reabilitação Neurológica sob uma Nova Ótica

Tradicionalmente, a avaliação neurológica exigia estruturas complexas, como laboratórios equipados com câmeras e plataformas de força. No entanto, o grande desafio sempre foi mensurar a evolução de forma objetiva.

Por isso, o Biofeedback tem se destacado. Além disso, ele atua como uma ponte entre o corpo e a mente, permitindo ao paciente visualizar em tempo real como seus movimentos estão sendo executados. Assim, o fisioterapeuta pode ajustar a postura, o equilíbrio e a marcha durante a própria sessão.

Como destacou o fisioterapeuta Dr. Felício Picariello, o segredo está na capacidade de mensurar — e isso o Biofeedback faz como poucas ferramentas. Logo, isso torna as intervenções mais precisas e baseadas em evidência.

Um Caso que Mostra a Diferença

Para entender na prática o impacto dessa tecnologia, analisamos o caso de uma paciente de 26 anos com Paralisia Cerebral Espástica e Tetraparesia. A marcha era o principal foco de avaliação, mas o acompanhamento começou pela região cervical, mostrando a versatilidade do sistema.

Na avaliação inicial da marcha, os resultados eram preocupantes:

  • Assimetria: 52,7% (bem abaixo da normalidade, que é superior a 96%)

  • Velocidade: 0,12 m/s

  • Cadência: 25,8 passos/min

Contudo, o ponto mais interessante veio com a reavaliação imediata — durante a própria sessão. Além do mais, isso permitiu que paciente e terapeuta vissem progresso no mesmo momento.

O Poder do Biofeedback em Tempo Real

Enquanto a paciente caminhava, o fisioterapeuta ajustava a postura e o movimento com base nas informações exibidas em tempo real. Dessa forma, foi possível visualizar o progresso instantaneamente:

Parâmetro Avaliação Inicial Reavaliação Melhora
Assimetria 52,7% 96,1% ≈ 82%
Velocidade 0,12 m/s 0,51 m/s ≈ 325%
Cadência 25,8 p/min 87,7 p/min ≈ 240%

 

Em outras palavras, o profissional conseguiu ver o impacto da intervenção de forma objetiva, enquanto a paciente pôde perceber — literalmente — a melhora acontecendo. Isso, portanto, aumenta a motivação e a adesão ao tratamento.

Mensurar é Evoluir

A reabilitação neurológica é um processo longo, que exige acompanhamento preciso e estímulo constante. Nesse sentido, o Biofeedback em Pacientes Neurológicos oferece:

  • Análise detalhada e objetiva dos dados clínicos.

  • Intervenção simultânea, otimizando o tempo de sessão.

  • Relatórios claros para equipe, paciente e familiares.

Portanto, o Biofeedback vai muito além de um recurso tecnológico — ele é uma ponte entre o conhecimento clínico e a experiência prática. Com ele, o fisioterapeuta deixa de apenas observar para, de fato, mensurar e transformar o movimento. Por fim, a incorporação dessa tecnologia pode redefinir os padrões de cuidado na reabilitação neurológica.